A poluição, as alterações climáticas, a extração de água para agricultura e a pesca excessiva são as causas apontadas pela equipe de Ana Almodóvar, da Universidade Complutense de Madrid para a provável extinção das populações de truta-marisca (Salmo trutta), na Península Ibérica, antes de 2100.
Os investigadores analisaram o
registo de temperaturas de Navarra entre 1975 e 2007 e, mediante um modelo
matemático, calcularam a temperatura da água dos rios da região. Além disso, a
equipe monitorizou a população de trutas em 12 rios da bacia do rio Ebro e
observou que o aumento das temperaturas detectadas estava associado a uma
diminuição das populações deste peixe.
“No melhor dos cenários, o que
considera alterações climáticas mais efetivas, a situação da truta é
desastrosa”, afirma a investigadora ao serviço espanhol de notícias de ciência
SINC (Scientific Information and News Service). Os resultados do estudo são
aplicáveis a outras regiões ibéricas e mediterrâneas. “A região do Mediterrâneo
é uma zona muito vulnerável às variações climáticas e à diminuição da disponibilidade
de água”, acrescenta Ana Almodóvar.
“Até agora a previsão é de que,
devido às alterações climáticas, as populações de truta dos países do Sul da
Europa seriam mais afetadas do que as do Norte. Mas faltava um estudo
concreto”, diz a investigadora.
A truta Salmo trutta está
classificada como espécie Criticamente em Perigo pelo Livro Vermelho dos
Vertebrados de Portugal. Apenas as populações dos rios Minho e Lima apresentam
a forma migradora (e não a forma sedentária), ou seja, aquelas cujos peixes
eclodem em água doce e, passados um a dois anos, migram para o mar onde crescem
até à maturação sexual. Só depois regressam aos locais de nascimento para se reproduzirem
normalmente zonas de baixa profundidade, com velocidades de corrente moderada e
bem oxigenada e sem poluição. Fonte: Ecosfera
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