sexta-feira, 28 de setembro de 2012

POLUIÇÃO, ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, EXTRAÇÃO DE ÁGUA PARA AGRICULTURA E A PESCA EXCESSIVA FARÃO A TRUTA MARISCA DESAPARECER DA PENÍNSULA IBÉRICA EM MENOS DE 100 ANOS

 Em 2040, a truta terá perdido metade do seu habitat na Península Ibérica; em 2100 terá praticamente desaparecido, segundo um estudo de investigadores espanhóis publicado na revista Global Change Biology.

 A poluição, as alterações climáticas, a extração de água para agricultura e a pesca excessiva são as causas apontadas pela equipe de Ana Almodóvar, da Universidade Complutense de Madrid para a provável extinção das populações de truta-marisca (Salmo trutta), na Península Ibérica, antes de 2100.
Os investigadores analisaram o registo de temperaturas de Navarra entre 1975 e 2007 e, mediante um modelo matemático, calcularam a temperatura da água dos rios da região. Além disso, a equipe monitorizou a população de trutas em 12 rios da bacia do rio Ebro e observou que o aumento das temperaturas detectadas estava associado a uma diminuição das populações deste peixe.
“No melhor dos cenários, o que considera alterações climáticas mais efetivas, a situação da truta é desastrosa”, afirma a investigadora ao serviço espanhol de notícias de ciência SINC (Scientific Information and News Service). Os resultados do estudo são aplicáveis a outras regiões ibéricas e mediterrâneas. “A região do Mediterrâneo é uma zona muito vulnerável às variações climáticas e à diminuição da disponibilidade de água”, acrescenta Ana Almodóvar.
“Até agora a previsão é de que, devido às alterações climáticas, as populações de truta dos países do Sul da Europa seriam mais afetadas do que as do Norte. Mas faltava um estudo concreto”, diz a investigadora.
A truta Salmo trutta está classificada como espécie Criticamente em Perigo pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Apenas as populações dos rios Minho e Lima apresentam a forma migradora (e não a forma sedentária), ou seja, aquelas cujos peixes eclodem em água doce e, passados um a dois anos, migram para o mar onde crescem até à maturação sexual. Só depois regressam aos locais de nascimento para se reproduzirem normalmente zonas de baixa profundidade, com velocidades de corrente moderada e bem oxigenada e sem poluição. Fonte: Ecosfera

Um comentário: